segunda-feira, setembro 4

Ciclo das águas - parte 2


meio naufrago

A Casa do lago (The Lake House, 2006, EUA )Alejandro Agresti

Croqui

Uma médica solitária, outrora habitante de uma rara casa localizada ao lado de um lago, começa a trocar cartas de amor com o mais novo residente do lugar, um arquiteto frustrado. Descobrem estar separados no tempo por dois anos. Terão então que resolver o mistério por trás desse extraordinário romance antes que seja tarde demais. Refilmagem de um filme coreano chamado 'Siworae'.

Fonte: Cine Players

Base Ardilosa

Casa no lago de Alejandro Agresti, do simpatississímo Valentin, tinha tudo, tudo tudo para fazer o filme pegar. uma dupla de atores carismáticos, boa vontade e uma história que podia dar muito caldo e do bom.

ai ele foi filmando, filmando, filmando..e acho, se esqueceu do queria falar e arrematou o filme, ainda bem, da maneira mais óbvia possível. aquela altura ele estava tão perdido e por tanto tempo que arriscar qualquer coisa quiçá (uma palavra legal) levasse o público a fúria absoluta.

e veja bem o filme tem, para mim: tema catártico, música catártica..tudo para me fazer grudar na tela e sair de lá perdido, sem rumo ou noção de onde estava. mas ele vai apontando para o lugar comum, aliás desde o começo, e por fim quando resolve acabar com aquele samba enrredo torto, ele me enfia Time has told me justamente no momento que ele NÃO podia enfiar e estraga a imagem e achata uma música que é gigante!

não bastasse, o personagem de Keanu, um arquiteto, tem uma visão tão pobre sobre espaço que chega a ser constrangedor. aliás o tema é ardiloso para o ano no qual foi lançado Medianeras, (curta do também argentino Gustavo Taretto). Alex é certamente um daqueles arquitetos responsáveis pela "claustrofobia, sindrome do pânico, insônia, mal estar, aflição, depressão e suicidios dos quais exceto sucidio, o personagem central de Gustavo sofre de todos".

todos os ingredientes estavam ai. Casa no Lago podia ter sido hoje para mim o que foi Celebridades de Woody Allen em 2000 (ano de estréia no Brasil)... mas infelizmente ..não foi..

Nota: a fotografia é impecável...linda linda....mas um desperdicio.
Nota também: plano de abertura lindissimo em detalhe nos olhos de Sandra que aliás é protagonista da melhor cena quando coloca a carta na caixa ao final.. que coisa mais bem filmada...de uma dignidade e um respeito pelo personagem impressionantes!