segunda-feira, setembro 4

Ciclo das àguas - parte 1


era uma vez...

A Dama na água (Lady in the wather, 2006, EUA) M. Night Shyamalan

swimming pool

Cleveland Heep (Paul Giamatti) tenta desaparecer entre as lâmpadas queimadas e os objetos quebrados do complexo de apartamentos Cove. Mas, na noite que muda irremediavelmente sua vida, Cleveland encontra outra pessoa se escondendo na rotina mundana do prédio modesto – uma jovem misteriosa chamada Story (Bryce Dallas Howard), morando entre as passagens sob a piscina do prédio.

Cleveland descobre que Story é na verdade uma “narf” – um personagem como uma ninfa, de uma história infantil épica, que está sendo perseguida por criaturas malignas que querem impedir que ela faça a perigosa viagem de volta do nosso mundo para aquele de onde veio. Os poderes especiais de percepção de Story revelam os destinos dos moradores do prédio, colegas de Cleveland, que estão ligados diretamente ao dela própria, e eles devem trabalhar juntos para decifrar uma série de códigos que vão abrir o caminho rumo à liberdade.

Mas as chances de Story voltar para casa estão se esvaindo rapidamente e os moradores estão arriscando a própria vida para ajudá-la. Cleveland terá de enfrentar os demônios que o seguiram até Cove – e os outros moradores deverão usar os poderes especiais que Story fez surgir neles – se esperam ter sucesso na luta audaciosa e perigosa para salvar o mundo de Story...e o nosso.

Fonte: MOVIECOM


Abrindo mão

"Hoje esperamos um filme do Night como se esprava os filmes de Spielberg a um tempo atrás.. e quando acontece isso a gente fica meio frustrado. eu esperava tomar mais susto"
Douglas

A primeira impressão que tive foi exatamente esta. pelo menos durante o filme. de cara na primeira cena Shyamalan aponta para uma direção bem característica dele: o fator supresa no contracampo...expediente padrão de qualquer filme de suspense. fazer o espectador esperar o inesperado, e quebrar-lhe o tempo bem nas pernas.

mas com o passar do filme Night simplesmente esquece ou ignora qualquer tipo de surprea. e a narf é aceita como tal sem traumas, o bicho malvado é mostrado logo de cara..e quase nada de mais. exceto pela sequência na qual Clevland tenta levar Story para a piscina e com uma montagem de som brilhante e cortes cirurgicos a tensão é elevado próximo ao ponto de coração pular da boca. e na sequência seguinte de Story entrando prédio adentro e Clevland chega para socorrer mais uma vez o som grave a antever o desastre...ever works...

fora isso a história a cada minuto que passa vai ganhando contornos de fábula..aha! como aquilo que Spielberg, aquele a quem esperavamos fazia! a batida história do herói redimido com sua segunda chance e a descoberta dos potênciais em cada um de nós, simples mortais. uma ode a para que cada um tire de si aquilo que considra ter de mais bonito.

no entanto, por incrível que pareça, justamente a opção de MOSTRAR em vez de ESCONDER é o que torna o final deste filme tão espetácular. lindo de dar nó na garganta e vontade de chorar..vontade essa que não passa com o fim dos créditos...o espectador sabe sempre onde está o bicho mal, até CAM ponto de vista tem..mas numa decupagem brilhante e reveladora ele vai desdobrando toda a emoção através dos olhares daqueles personagens comuns que realizam um grande feito, atores de uma fábula. quando todo o bem é carregado de volta a sua terra...e ficamos todos lá..naquele plano da água, naquele corte final com gosto de sal na boca.

Nota mental para a bela trilha com direito a Bob Dylan e Cibo Matto...bem verdade que o uso dela durante todo o filme me incomodou um pouco. assim como me incomodou um pouco a inocência... tenho tempo para pensar melhor, até mesmo com Steven tenho sido bem condescendente na reavaliação da obra.(grande coisa..como se isso fosse importante para ele!)

não vou negar...esse final me deixou embasbacado!!!!(com direito a trilha sonora fodástica..a qual será a musiquinha do final de semana).

ah é sempre estranho quando David Lynch tenta fazer um filme cartesianinho, sem aberrações. assim como pode ser frustrante ver um filme de Night sem muitos sustos..mas classificar a atuação de Bryce Dallas Howard de apagada é caso de internação (no caso internação do Sr Miguel Barbieri Jr - reporter da veja..e eu ainda me importando...)