Osgemeos
tem horas que qualquer palavra sobra
me repetindo:
9. Ciume
"Nessa tarde Shunsuke Hinoki fez uma conferência a contragosto. Curvara-se a insistência do editor de suas obras completas...
- "A verdadeira beleza impõe o silêncio" , começou o velho escritor em tom letárgico. "nas épocas em que essa fé ainda não fora destruída, a crítica era um campo profissional por si mesma. A crítica empenhava-se em imitar a beleza" Shunsuke acariciava o ar com suas luvas de casemira. "Ou seja, a crítica, assim como a beleza, tinha por objetivo último impor o silêncio. Mais do que um objetivo, esse é um não objetivo. O método crítico em isntaurar o silêncio sem recorrer à beleza, apenas pela força lógica. A lógica, na condição de método crítico, assim como a beleza tem o poder absoluto de forçar o silêncio alheio. O efeito desse silêncio, resultado da crítica, deve transmitir a ilusão da existência da beleza. É necessário que se forme um vácuo. Assim, pela priemira vez a crítica tornava-se útil à criação... Ao mesmo tempo, a fé de que a beleza seja capaz de impor o silêncio acabou ficando no passado. A beleza não impõe mais o silêncio. Mesmo que a beleza passe através de um banquete, os convidados não interropem sua conversa...A faculdade de possuir a beleza em silêncio, essa capacidade suprema, que exige sacrifício, perdeu-se inteiramente...
É nessse momento que a idade da crítica se inicia. A critica não tem hoje como função a imitação da beleza, mas sua conversão. Age no sentido contrário à criação... Se mesmo a beleza não impõe o silêncio, a crítica não se sairá melhor. Assim começou nossa era perniciosa, em que a esurdecedora eloqüencia se multiplica. Por toda parte a beleza faz falar. Por fim, devido a essa eloqüencia, a beleza prolifera(que estranha expressão!) artificialmente. Começa a produção em série da beleza. E a crítica começa a despejar injúrias sobre as inumeráveis falsas belezas, cujas as origens são fundalmentamente as mesmas dela própria."
Extraido do livro, Cores Proibidas, Yukio Mishima
Tomando o texto acima como premissa ne vou falar do:
- referência ao sertão numa forma anti roseana. com flores, lúdico, às vezes lisérgico;
- das referências constantes à cultura popular sertaneja;
- das mistura e fusão de traços urbanos com objetos ou figuras sertanejas;
- da cultura de apologia a resitência na forma das figura de rosto coberto;
- da mistura de materiais e técnicas sobrepostas;
- das cores berrantes sobre a terra seca, e os olhares melancólicos;
- do quanto as figuras humanas me davam uma sensação de Tara Mcpherson e um certo Andrew do qual o sobrenome me fugiu
- de Portinari revisto
- nem daquela cabeça ai em cima na qual colocamos as nossas. e um jogo de espelhos repetindo sua imagem até o infinito, no além do além do além, em todas as faces, um espécie de cubismo radical, obra para quem vê e para quem é visto.
osgemeos
Galeria Fortes Vilaça, rua Fradique Coutinho, 1500
Horários: terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h.
Até 16 de setemnbro (IMPERDÍVEL)
*ainda bem que eu tenho amigos como a Camila*
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