Kin Ki Duk - Um picareta
O mundo está perdido - e tem gente que venera
Hwal (O Arco) - Coréia do Sul/Japão - Kin Ki-duk (2005)
90 min (quase intermináveis)
Sinopse
"num barco de pesca em alto-mar, um homem vem criando uma jovem desde quando era bebê. O combinado é que se casariam quando ela completasse 17 anos e falta um ano para que ela complete essa idade. Eles vivem de uma forma simples, rezando e alugando o barco para pescadores, mas as coisas mudam quando um jovem tripulante entra em suas vidas." - Tirado do site cineminha.
Sobre
Kink Ki-duk diretor que cometeu "Primavra, verão, outono, inverno, primavera" e o não muito menos infeliz "Casa vazia" volta a atacar com seu 12o filme, "O Arco".
A premissa, como havia alertado Kawano san, é interessante (mas penso..primária, o que também não quer dizer nada). mas uma coisa é uma premissa cheia de possibilidades na mão de gente como por exemplo Kore Eda, outra coisa na mão de gnte como... Kin Ki-duk.
O filme não começa de todo mal. criando com planos simples o cotidiano da dupla que mora no barco. primeiro nos cuidados com o arco, depois com um grande plano geral até o desembarque da primeira leva de pescadores. até ai, normal, tudo bem. até o momento no qual ele cria a situação de assédio de um dos pescadores sobre a menininha. o velho pega o arco, entra a música, e fica tudo insuportável. a cada nova leva de pessoas que desembarcava, sempre tinha um engraçadinho que tentava agrrar a criança. então lá vem, velho, lá vem flecha, lá vem música, que não para mais. com uns agudos de doer até. e assim o filme vai com 5 sequências exatamente iguais a descrita acima. Além dos inserts do importante ritual de adivinhação do velho, atirando flechas sobre a menininha que balança numa cadeirinha do lado de fora do barco, e claro..a música.
Ok, quem me conhece vai perguntar: mas você não é o que venera repetições? Sim, e continuo acreditando que todo o poder é da banalidade. mas a alguns a mão pesa (inclusive, na vida, talvez seja meu caso).
Voltando ao filme: até que entra no assunto o menino que "vai mudar a vida dos moradores do barco". claro, ela se sente atraída por ele. ai finalmente temos o segundo bom momento: quando ela vai até a cama do garoto, e num contra-plungé e depois num plungé improváveis ele faz a garota entrar pelo edredon, como um gato, até se aconchegar. e neste momento, Kin estraga tudo de novo, e o velho, e a flcha e a música (interminável).
já quase ao final do filme a gente descobre que ausência de diálogos, sem dúvida uma virtude, é na verdade uma necessidade. afinal quando os personagens partem para o confronto verbal, pronto, bomba. nenhum deles sabe se expressar. na verdade nem é um confronto verbal. é um monólogo que resume um pouco do que a imagem nos faz antever sobre: o que Kin Ki-duk pensa sobre o mundo.
Por fim, o filme se resolve numa sequência muito bonita, no ritual de casamento. tudo muito simbólico. e muito remetente ao sofrível "Casa vazia" só que menos evidente.
No entanto, devo ser bacana (com ele e comigo) e honesto, e dizer: Sabe que é ruim mas nem tanto assim. se eu fosse um daqueles caras que é pago para cravar bolinhas e estrelinhas nos filmes em cartaz eu diria - Kin ki duk nem foi tão medonho. até que para os padrões, horrendos, dele, foi supreendente. ganha * (e não várias bolinhas pretas ou cabeçadas no jornal como os dois anteriores).
Fábio saiu da sala e só queria ir para o Milo purificar o ouvido. e a gente se questiona Em 1999 o mesmo diretor fez uma refilmagem de "A ilha" e a lembrança que temos é boa. Kin ki duk ficou pastel ou a gente que já nem sofre tanto assim como naquels longiquos anos de faculdade?
Uma coisa é certa. para duk o mundo é um lugar cruel, todo sofrimento é vão mais é a única coisa que existe. pelo menos ao final de O arco ele abre um espaço para uma lembrança boa. talvez tenha sido isso que tenha feito com que eu nem odiasse o filme.
1 Comments:
Sem maiores comentários, pois não são válidos após a leitura de tantas asneiras faladas por alguém que realmente não tem a compreensão MAIOR!
Infeliz é você por não ter a capacidade de apreciar a genialidade de Kin Ki Duk e ser tocado por questões que vão além do real!
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