sexta-feira, março 3

Le Chiavi


Chave: Peça com que se dá corda a relógios (Aurélio)


Le Chiavi di casa (As Chaves de casa - ITA-2004)
Direção: Gianni Amelio

Sinopse

Paolo é um adolescente com deficiências físicas e mentais provocadas pelo parto problemático que matou a mãe. O garoto mora na Itália e precisa ir com freqüência a Berlim para tratamento. O pai, que o abandonará desde o nascimento, tenta se reaproximar do filho em uma dessas viagens.

Artefato de metal que movimenta a lingüeta das fechaduras

A sinopse por si já diz muita coisa. Seria compreensível se o filme fosse um drama da deficiência física. Mas Gianni, brilhantemente, excluiu a pena de seu olhar.

Torna-se então uma parábola sobre a relação pais e filhos. Gianni (o personagem do pai) ainda não é PAI quando o filme começa. Para mostrar isso a abertura do filme é antológica: Gianni conversa com o pai adotivo de Paolo. Este pede para que ele viaje com o garoto a Berlim para o tratamento. Após esta cena Gianni embarca no trem, anda pelos corredores, abre a porta da cabine onde está Paolo. Mas o espectador nunca vê a criança. Apenas o rosto de Gianni. E ali, constituída toda a história entre os personagens. (repentinamente me deu uma vontade de ver L'Enfant e de rever L'Fils ambos dos irmãos Dardenne) .

O novato pai, preocupado com a deficiência de Paolo, sempre tenta ajudá-lo a andar, mas este insiste em ir só. A priori, confesso,nos primeiros planos ia junto com Gianni segurar aquele guri de andar incerto e sincopado. Mas passados 20 minutos tudo fica muito comum, ou natural (seja lá o que natural for). Este é o primeiro brilhantismo de Gianni, o diretor. Tornar o incomum comum. Para a partir daí se embrenhar na construção da relação entre os personagens.

Gianni, o personagem, em momentos nos quais Paolo se descontrola fica completamente sem ação. Porque simplesmente não sabe o que fazer. Nunca havia passado por aquilo antes, nunca fora pai. Mas se esforça para construir o laço, movido por carinho e culpa.E por fim, quando tudo está construído, lindo e feliz, a carga daquela relação cai em sua cabeça. (Aliás algo não exclusivo de relação pai/filho, mas qualquer relação de amizade, trabalhista, amorosa...pense em qualquer uma onde exista um mínimo de predisposição à cumplicidade). E essa carga é "descoberta" que qualquer sentimento carrega dentro de si o seu antípoda, e provavelmente na mesma intensidade.

*Eu fiquei com vontade de ser pai e amar/odiar o(a) pirralho(a)*.

3 Comments:

Blogger M__ said...

Já ouviu flar de revisãod e texto..então. Começar já.

quarta-feira, março 08, 2006 3:06:00 PM  
Blogger M__ said...

Não. Pelo jeito..Não!

sexta-feira, março 10, 2006 11:01:00 PM  
Blogger M__ said...

Querido papai Noel:

Sei que mesmo sendo ainda o mês de março, continuarei sendo um bom menino.

Gostaria de ganhar este ano:

* Revisão de texto
ou
* Ter a oportunidade de nascer de novo e não ignorar tão solenemente as aulas de Português.

Muito obrigado
M__

(Por favor, se puder adiante meu presente..estou necessitando urgentemente)

sexta-feira, março 10, 2006 11:04:00 PM  

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