quarta-feira, março 8

Free Zone



Olhar nervoso

Free Zone (Amos Gitai - ISR/BEL/FRA/ESP - 2005)

Sinopse

Rebecca é uma jovem americana que viveu em Jerusalém por alguns meses. Tudo estava pronto para seu casamento mas ela decidiu romper o noivado. Ela entra no táxi de Hanna e recusa-se a sair ou ser deixada em qualquer lugar, apesar da insistência da motorista. Hanna tem um compromisso marcado na “zona franca”, como é chamada a região da Jordânia que fica na fronteira entre o Iraque, a Síria e a Arábia Saudita, e para onde se dirigem pessoas de todas as nacionalidades dispostas a fazer negócios. Hanna vai cobrar uma dívida de um homem chamado “o americano”. Mas, quando chega ao lugar combinado para recebê-la, encontra uma palestina, Leila, que afirma que o homem não está mais ali, enfurecendo a motorista. Forçadas à convivência, as três mulheres, Rebecca, Hanna e Leila, confrontam suas diferenças.
28a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Diferenças
Um exuberante plano de abertura em plano sequência com 12 minutos de Natalie Portmann chorando. Por si só já valeriam o ingresso.

Gitai retrata a diferença entre judeus e plaestinos como uma grande picuinha de cunho birrento. Para o diretor, no fundo os judeus são uns tacanhos e os palestinos uns ressentidos. No entanto Amos mata a charada quando monta todo o esquema de circulação econômica entre os dois povos. Sugere ainda que estas diferenças podem ser barradas pelos problemas comuns, como um filho fugido de casa ou um marido ferido.

A nota estranha vai por conta da camêra e de algumas situações que parecem fugir tanto ao controle dos olhos como da direção. Um olhar nervoso que muitas vezes vai de encontro à calma de algumas cenas, assim como um prolixismo exagerado e tão solto que os próprios personagens parecem perdidos em quadro.